Uma base nem tão aliada assim
A presidenta Dilma Rousseff venceu a batalha da opinião pública ao promover a faxina do Ministério dos Transportes e reafirmar seu estilo de gerente dura no comando do país, se consideradas a aprovação de alguns colunistas da mídia e sondagens do marketing do governo. Mas a opinião pública não decide o dia a dia em Brasília. Em um semestre que promete ser mais difícil de lidar do que o primeiro, a presidenta terá que lidar com a insatisfação explícita e latente da sua base de apoio.
Do PR, que perdeu o Ministério dos Transportes e foi exposto à execração pública, até o PT, cuja relação com Dilma até hoje não se resolveu, paira um clima de insatisfação sobre o qual a articulação política do Planalto deveria meditar. Há entre os petistas do Congresso quem defenda um novo pacto na base aliada, capaz de garantir a governabilidade. Mas a presidenta não parece disposta a aceitar um arranjo que implique mudanças nos princípios que pretende estabelecer.
Segundo o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o governo é de coalizão, mas não há espaços para indulgência. “Temos de deixar claro que não usamos critério de permissividade, que já há mecanismos que permitem que os dividendos políticos cheguem aos partidos.” Carvalho não descarta um afrouxamento da base e admite que o semestre será delicado por causa da piora no cenário econômico mundial, dos contingenciamentos de gastos e das relações com a base. “A pauta política também pode se complicar e não queremos isso. A ordem é conversar ao máximo. Muitos problemas aconteceram por isso (falta de conversa).”
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