Resenha: “Assalto ao Banco Central" um sucesso? Só na vida real…

O ano era 2005. Uma segunda-feira (8 de agosto), eu trabalhava próximo ao Centro da cidade quando dois amigos entram na sala onde eu trabalhava e comentam : “- Rapaz, tá cheio de Polícia Federal em frente ao Banco Central. Tá sabendo se houve alguma coisa?” Estava em frente ao computador e fiquei chocado quando li que havia sido realizado ali, a poucos metros de onde eu trabalhava, o maior furto a banco da História do país. R$ 164,00 milhões foram retirados do cofre do banco sem que ninguém percebesse. Não houve reféns, tiros, nada… O dinheiro parecia ter evaporado!

“Essa história dá um excelente filme”, logo pensei. Mas passados seis anos do extraordinário furto, o que vi no cinema foi um filme sem graça, que não empolga a platéia. O longa é superficial em todos os aspectos. Na montagem do bando que iria levar toda aquela grana, é como se um grupo de amigos tivessem se reunido pra roubar fruta na feira: “- A gente vai lá, faz assim e pronto. Simples assim!”

O diretor e o roteirista deixam de lado aspectos como a engenharia que envolve a construção de um túnel como aquele. Não apenas a engenharia física de como fazer algo daquela magnitude sem ser notado, como também a questão do financiamento da obra e principalmente a viabilidade dela. Afinal, quem toparia assim tão fácil a ideia de um cara de cavar um túnel de 70 metros, embaixo de uma das avenidas mais movimentadas de uma das maiores cidades do país, que desembocaria no cofre do Banco Central? Foi tão simples mesmo? O deboche foi tamanho?

O que houve após o furto também é mal explorado. O que assistimos nos noticiários foi uma rede de intrigas e mortes. Bandido matando bandido a toda hora e nada do dinheiro aparecer, como não apareceu até hoje. Outro aspecto frustrante é o retrato que eles fazem da Polícia Federal, como se nos interrogatórios eles aceitassem passivamente tudo o
que o bando dizia. Como se o furto fosse trabalho de apenas um grupo de dez pessoas. E mais, falam de uma policial homossexual. Por que mesmo? Qual a importância disso pro filme?

Enfim, fui com muita expectativa e saí muito frustrado. Não perca seu tempo assistindo ao longa metragem. Se o furto foi extraordinário e digno de uma grande produção, a obra que veio a partir dele é frustrante.

“Assalto ao Banco Central” vai ser um sucesso? Só se acompanharmos pelo noticiário da época!

Fonte: Blog da Janga - Jangadeiroonline *Élton Viana é Chefe de Reportagem da TV Jangadeiro

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