"Projeto das igrejas e templos" tem recurso desaprovado por "conter erros e falhas" e "ser politicagem"; entenda e veja como votou cada vereador

 

A Câmara Municipal de Limoeiro do Norte pôs em votação na sessão desta quinta-feira (04/03) o “recurso 01/21 de 01 de Março” de autoria do vereador Rubem Araújo que “Estabelece as igrejas e os templos de qualquer culto como atividade essencial em período de calamidade pública no município de Limoeiro do Norte”.

Após a leitura do parecer da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final por parte do relator vereador George Vieira onde apontou diversas falhas como:
Falta de justificativa, prazo para regulamentação da lei e a previsão legal de “interesse da coletividade” pudesse sanar vícios de legalidade, dentre outros. O relator manteve o parecer da comissão, pois não trouxe qualquer elemento ou fundamento legal que se fizesse o contrário.

O assessor jurídico Ítalo Ramon, usou a palavra para explicar que a votação para aprovação do recurso precisaria de maioria absoluta, ou seja 8 vereadores, se fosse aprovado, voltava para a comissão emitir novo parecer e seguia para tramitação.

Nos processo de discussão o primeiro a usar da palavra foi o autor do projeto vereador Cabo Rubem, que afirmou que o seu recurso era sim legal pois entende que se trata de “cláusula pétrea” e a Constituição do estado também asseguraria a legalidade do projeto. O vereador autor do projeto também defendeu a tese de tramitação do projeto mesmo sem a “justificativa” pois no seu entendimento o “interesse da coletividade” era maior e não haveria previsão no Regimento Interno. “Então vamos rasgar esse regimento já que não serve”, disparou.

O vereador Marduque Duarte em sua fala citou a questão constitucional onde no seu entendimento prefeito não poderia fechar igreja. Questionou absurdos jurídicos na atualidade. “quando você fecha uma igreja ou templo você viola uma cláusula pétrea” ressaltou.

A vereadora Lívia Maia, co-autora do projeto afirmou que tentou o diálogo na casa para tornar lei a “essencialidade dos templos” na cidade. “Entendo que a comissão tem visto erros no projeto tal qual projetos de outras cidades, mas apelo a todos que votem á favor" pediu.

O vereador Zé Neto se mostrou indignado com a forma que o autor do projeto, Cabo Rubem tem colocado, como se os vereadores fossem a favor de fechamento de igreja “não somos a favor de fechar igreja, mas não é desta forma que está sendo colocado”. Zé Neto finalizou afirmando que o projeto é “mais politicagem”.

Flauber Lima citou como sendo um projeto “melindroso” e citou o pároco de sua igreja católica que é a favor de seguir as recomendações sanitárias dos decretos. Mas questionou que abrir precedente é perigoso pois já foi procurado até por proprietário de academias para pedir que coloque projeto que  torne o segmento essencial.

O vereador ST. Arimatea Ferreira citou o laicismo do nosso país e que não se pode proibir religião “dar pra orar dentro do carro, dentro do quarto, aqui mesmo eu já orei pedindo discernimento, não precisa ir para templo não” disse. O vereador afirmou que “o momento é de salvar vidas”. Arimatea ainda disparou: "Deixem de politicagem...é politicagem sim, não fui procurado por nenhum padre e nenhum católico, meus parentes são evangélicos e não me procuraram”. O vereador apelou para "consciência" dos vereadores sobre as mortes no país. “Sobre esse projeto, alguém quer aparecer", finalizou.

A vereadora Anginha disse que recebeu ligações perguntando se ela era contra ou a favor. No entanto apelou para a "consciência" das pessoas pelo número de mortes no país. “Vamos pensar na nossa vida”, finalizou.

Valdir do Suburbão disse que ia votar a favor “só pra ver no que ia dar”. O vereador afirmou que queria ver se as igrejas iam cumprir as leis sanitárias. Valdir, apesar de não estar sendo discutido o projeto e sim o recurso do vereador Rubem, manifestou seu voto a favor.

O vereador George Vieira na sua fala citou “malabarismos” jurídicos dos autores do projeto (Rubem e Lívia) amparado pelo vereador Marduque Duarte. É o “jus esperneandi” citou. No entanto afirmou que os pares estão “causando confusão cognitiva á população”. George finalizou afirmando que o decreto “é ato privativo do executivo” citando os vários erros insanáveis do projeto.

Domingos Bezerra, presidente da Comissão de Justiça e Redação, afirmou que o que se discutia era a legalidade da tramitação do projeto e não a essencialidade do mesmo. Domingos foi buscar na história para explicar a cláusula pétrea da constituição onde fala da existência da igreja que no passado existia a perseguição das mesmas na época da ditadura.

Domingos afirmou que um artigo do regimento interno que trata da obrigatoriedade de existência de “justificativa” ao projeto e que emenda não contemplaria a adição ao projeto, pois o regimento não prevê. “estão tentando desvirtuar um debate que tem que ser técnico” ressaltou. Disse ainda que não é contra abertura de igreja, mas não pode compactuar com a ilegalidade “não fui eleito pra isso”.

Valdir na réplica disse a Rubinho que era pra ser projeto de indicação. No entendimento de Valdir, por "estar todo errado não era pra ter entrado nem em pauta desde o início".

Pra finalizar o vereador Cabo Rubem (autor do projeto) assumiu o erro em não anexar justificativa ao projeto, por ser novato e disse que só apresentou porque foi procurado “não foi por aparecer” afirmou.

O recurso foi desaprovado por 9 votos contra e 4 á favor, sendo arquivado.

-VOTARAM Á FAVOR
VALDIR DO SUBURBÃO
LÍVIA MAIA
CABO RUBEM
MARDUQUE DUARTE

-VOTARAM CONTRA
VALDEMIR BESSA
GEORGE VIEIRA
ANGINHA
DARLYSON PAXÁ
DOMINGOS BEZERRA
FLAUBER LIMA
ST ARIMATEA (TEINHA)
ZÉ NETO
MARCIO MICHAEL.









 

 

 

 

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